Cidade & Região

05/09/2025

Defesa Civil de São Paulo usa pela 1ª vez produto que retarda fogo

Imagem/Arquivo Agência Brasil Substâncias químicas possuem a ação de retardar a ignição, diminuir a velocidade de queima e minimizar a emissão de fumaça

Após o ano de 2024 ter registrado o maior número de queimadas no estado de São Paulo, o governo colocou em ação medidas para evitar que o mesmo ocorra neste ano. Uma delas foi adquirir um produto conhecido como retardante químico, utilizado pela primeira vez e com ótimos resultados, segundo a Defesa Civil estadual.
De acordo com a Abichama (Associação Brasileira da Indústria de Retardantes de Chama), as substâncias químicas possuem a ação de retardar a ignição, diminuir a velocidade de queima e minimizar a emissão de fumaça dos materiais aos quais são incorporadas.
"(...) O uso do retardante de chama torna a propagação do fogo mais lenta, proporcionando um dos maiores benefícios do uso desse tipo de produto: salvar vidas", diz a associação em seu site.
Em nota, a Defesa Civil diz ter investido neste ano R$ 4 milhões na compra do produto, que pode gerar economia de até 60% na quantidade de horas de voo das aeronaves que fazem o combate às chamas.
"Segundo profissionais que atuam diretamente no enfrentamento das chamas, o produto tem se mostrado uma ferramenta eficiente para aumentar a eficácia das ações. O retardante cria uma barreira protetora sobre a vegetação, potencializa a capacidade da água em até cinco vezes, reduz a propagação do fogo, diminui o efeito da reignição e auxilia na preservação de áreas ambientais sensíveis", afirma o órgão estadual.
Ainda segundo a nota, testes realizados pela empresa fabricante atestaram que o produto não apresenta risco para a fauna e a flora, "pelo contrário, se mostra um aliado para a restauração da vegetação atingida pelo fogo".
Nos últimos dias, a Defesa Civil tem usado o retardante químico no combate aos incêndios florestais no município de São Simão, na região de Ribeirão Preto.
O piloto Vanderson, que atua há oito anos no combate aéreo aos incêndios, afirma que "o emprego do retardante representa um avanço significativo". "Ele potencializa a ação do combate aéreo e garante mais segurança e agilidade nas operações."
A Defesa Civil estadual ressalta que tem colocado em prática medidas de prevenção e resposta rápida às queimadas em todo o território paulista, incluindo treinamentos de brigadas nos municípios e uso do helicóptero Águia, da Polícia Militar, e de aviões pulverizadores.
Agosto de 2024 foi o mês com o maior número de queimadas na história do estado, com 3.612 focos nos 31 dias. Neste ano, até terça-feira (26/8), foram registrados 456 pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Os mapas abaixo, elaborados pela Defesa Civil, mostram os níveis de riscos de incêndios. Há quatro estágios destes avisos: amarelo (baixo); laranja (alto); vermelho (alerta); e roxo (emergência).

Como funcionam
- Interrompendo o estágio de combustão no ciclo do incêndio, evitando ou atrasando o "flashover" ou o alastramento do fogo pelo ambiente, facilitando a fuga;
- Limitando o processo de decomposição dos materiais presentes no ambiente ao isolar fisicamente as fontes de combustível com uma camada carbonizada (char) resistente ao fogo;
- Diluindo os gases inflamáveis e as concentrações de oxigênio na zona de formação da chama por meio da emissão de água, nitrogênio ou outros gases inertes. Fonte: Abichama

(Com Folhapress)

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