Cidade & Região

12/10/2025

Suspeita de intoxicação por metanol em Buritama é descartado

Imagem/Divulgação Procon-SP vistoria bares e restaurantes do estado de São Paulo na noite desta sexta-feira (10)

DA REDAÇÃO

O balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) desta sexta-feira (10) informa que o total de casos descartados por intoxicação por metanol, após análises clínicas e epidemiológicas, subiu para 189. Foram descartados 37 casos após análises clínicas e epidemiológicas. Ao todo, o estado contabiliza 25 casos confirmados e 160 em investigação. 
O Estado descartou ainda o caso que vinha sendo investigado em Buritama.
Inicialmente, a prefeitura de Buritama havia informado que houve a notificação de um caso suspeito. Segundo o Departamento Municipal da Saúde, inicialmente o paciente foi atendido na Santa Casa da cidade, “com hipótese diagnóstica de sintomas inespecíficos”.
Ele foi encaminhado para o Hospital Estadual de Mirandópolis e após avaliação médica, foi realizado o registro no sistema Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) como caso suspeito de contaminação por metanol, com base no quadro clínico apresentado. Apesar disso, na última atualização divulgada pelo Governo de SP o caso foi descartado.
Desde a confirmação dos primeiros casos, no mês de setembro, ações de saúde e segurança passaram a ser reforçadas em todo o estado, assim como a comunicação para que a população tenha esclarecimentos sobre os riscos e a real situação. 
O número de presos por irregularidades em vendas de bebidas no estado chega a 51 neste ano. Foram 30 pessoas presas desde o dia 29 de setembro, quando as ações foram intensificadas.
A prisão mais recente na investigação sobre irregularidades na venda de bebidas em SP aconteceu na manhã desta sexta. Foi uma mulher, presa praticando o crime de adulteração de bebidas em São Bernardo do Campo. O caso foi uma das principais ações da força-tarefa nesta sexta, ao fechar uma fábrica que distribuía produtos adulterados a outros estabelecimentos comerciais. Segundo as investigações, o falsificador comprou etanol de um posto que usava combustível adulterado com metanol.
Os agentes da Polícia Civil chegaram até o local após investigarem a morte da primeira vítima por intoxicação. O homem passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois. O bar onde ele consumiu a bebida foi vistoriado e as equipes apreenderam nove garrafas. Peritos detectaram a presença de metanol em oito desses produtos, com percentuais que variavam de 14,6% a 45,1%.

Interdições e mais prisões
Ao todo, a força-tarefa já vistoriou 26 estabelecimentos, sendo que 13 foram interditados cautelarmente por questões sanitárias. Outras duas prisões foram realizadas na quinta (9): em São José dos Campos, um homem foi preso em flagrante por fabricar e rotular bebidas alcoólicas de forma irregular em um depósito clandestino no bairro Vila Alexandrina; e em Cajamar, onde um homem foi preso durante buscas em uma adega no bairro do Polvilho, onde os policiais encontraram aproximadamente 915 garrafas de bebidas destiladas, incluindo whisky, vodca e gim, que apresentavam sinais de falsificação.

Protocolo inédito
O Governo de São Paulo apresentou nesta quinta-feira (9) um protocolo inédito no país para detectar a presença de metanol em bebidas alcoólicas. O método, desenvolvido pela Polícia Técnico-Científica, adota padrões internacionais de amostragem e permite resultados com 99% de confiabilidade sem a necessidade de testar todas as garrafas apreendidas, o que otimiza o trabalho da Polícia Civil e dos laboratórios periciais.
A análise é feita em etapas: primeiro, o Núcleo de Documentoscopia verifica lacres, selos e rótulos; depois, o Núcleo de Química utiliza um equipamento portátil capaz de identificar metanol e outros compostos sem abrir as garrafas. Com o novo sistema, os peritos conseguem emitir laudos em menos de um dia e já analisaram 30 casos, garantindo respostas rápidas para orientar as investigações e ações de controle sanitário.

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